meu sentimento esquecido, que vem a ser? é como me sinto, e que só falo em sentir -próprio, já de forma olvido que o mundo reside em sentimento. o mundo, que ferido, recupera-se , todo dia, das torrentes expressivas do humano-ser que já desbota em meio denso. continuo a falar, em incessante compasso, não faço consumado meu instinto e sou apenas porque não minto, porque antanho soubesse que o mundo também sou. voz que não se ouve nem a dois quarteirões e que mesmo assim prefere manter-se estável, como num zunido murmurante a destruir os tímpanos, como extensões de abelhas cortantes, a ferir o ar como um punho cintilante. o calante é aquele ser, sentado ao lado, observante. à bolha hermética onde se enclausurou, transparente como água límpida de rio corrente, inerme fortemente. eu estou reclamando que meu esquecimento sentido é de fato uma ordem ou um estado, não apenas em mim, mas no mundo que me cerca. em arredores, aquém ou além, a alma viva de um ser percebe que somos de fato, a união dos corpos transeuntes que se movem ou não, este ser não sou eu, por isso continuo com meu sentimento esquecido...