segunda-feira, abril 30, 2007

Resistência Bruta

E o navio vai brigando em casco com a superfície de mar envolta, pra encontrar o céu infinito de até onde a vista alcança...

se não fosse eu posterior a isso tudo, chamaria isto de correnteza...

sexta-feira, abril 27, 2007

Sobre a redução da Maioridade Penal

é com certa tristeza que observo a notícia principal do jornal de hoje (que, aliás, o globo fez a questão de contrastar com uma foto de um bandido - que, diga-se de passagem, em uma primeira olhada, não tem nenhuma conexão com a notícia liberada pelas letras garrafais) e vejo que foi aprovada a medida primeira da redução de maioridade penal para dezesseis anos. Não bastasse ainda, o povo deve estar contente, achando que a nossa câmara de deputados, munida de personagens de suma relevância pro panorama intelectual e cívico brasileiro, realmente está mostrando serviço. É uma pena que poucos tenham acesso ao raciocínio lógico, independente de um sofisma muitas vezes gerado pela parte emocional de pessoas fragilizadas, tementes a um Brasil sem ordens e sem leis, entregue ao tráfico de entorpecentes, pois isso abala as decisões (como bem disse o presidente Lula logo após a tragédia que deu fim à vida do menino arrastado pelas ruas) . Tenho pena dos brasileiros que, por medo, preferem agir descontroladamente, esquecendo-se de que esta falta de ordem existente no país, deve-se muito mais a eles próprios (afinal, nossa cultura nunca pregou a ordem - é preciso muito tempo pra recompor as acomodações ao sistema caótico brasileiro, onde a desonestidade é um fator impune e muitas vezes vista com certo ar superior). Provavelmente, se a medida for adotada (ao invés de uma regeneração do sistema penitenciário), o que acontecerá é que provavelmente nada vai mudar e o povo continuará exigindo providências que nem mesmo ele sabe (tampouco os deputados eleitos). E talvez, a próxima medida tomada pelos então brilhantes deputados será outra redução da maioridade penal: talvez para oito anos, quem sabe?

sexta-feira, abril 20, 2007

Sobre a difícil fase de exposição do ser...

Tenho considerado idênticas três formas de pensamento: a primeira diz respeito à conversação particular (mútua entre duas pessoas, ou mais), a segunda é concernente ao escrever algum texto (opúsculo que seja) e a terceira é a eloqüência da exposição (algo parecido com a exposição do seu conhecimento de forma lógica e sensata). Enfim, por mais que pareça alguma crise hermenêutica validada por exposição idiossincrática, tenho considerado estes segmentos particularmente os mesmos, o que tem me atrapalhado bastante, diga-se de passagem. O fato é simples: uma exposição corriqueira demanda muito menos raciocínio que uma palestra exibida pra uma multidão; pois é; mas tenho, freqüentemente, exposto minha facúndia de forma textual e formal, não abrindo mão de construções frasais hiperbatadas, metafóricas (como se vivesse na tentativa de escrever um tomo filosófico sobre o entedimento humano)...logicamente uma forma fátua de exibição pessoal. À parte o egocentrismo que me toca, há pouca verdade nisso tudo, dado que a cada minuto, minha tentativa é construir melhor o que falo e não falar melhor o que construo. Por exemplo, neste momento, em que estou cá, produzindo este texto: é como se eu estivesse redigindo uma tese de mestrado, ou monografia que procurasse o tempo inteiro um embasamento racional, uma estrutura perfeita que não tivesse furos, frinchas...isso vem abalando minha concepção inicialmente artística de expor o sentimento (meu principal propósito, diga-se por falar). Leio novamente: cabo a rabo! Este texto não está nem um pouco bonito. Está lógico...angustiado? Queria escrever algo bonito, sem sentido racional, mas com sentido espiritual, que tocasse o ser desde o começo...não sei dizer...acho que estou precisando amar...

domingo, abril 15, 2007

Fugere Urbem

em algum lugar alguém me espia. Razão idêntica pela qual também o faço. Buscar, em termos, aquilo que digo, ou aquilo que faço, para dar ao meu amor ensejo suficiente pra que não se sinta por total desamparado. É tudo inconsistente o que digo. Imaginar tua figura sendo feliz em outros braços. Isso é dor de cotovelo; afinal: há tanta gente no mundo! Pois o mundo é grande e estou só. "Vá estudar, guri! Olha que a vida passa"...estudar...pra quê? Pra mostrar pro mundo que sou capaz de resolver equações, de discernir uma composição artística, de estabelecer entre facúndia e sucesso paralelo misterioso? De que adianta isso tudo se o que eu quero não há equação que me possa fornecer. Não tenho medo deste mundo meramente preso às estruturas lógicas, jogos sentenciados com falácias amenas e silogismos baratos: isso meu cérebro é capaz de processar. Tenho medo de o mundo real que existe em mim; que não é feito de lúdicos paradigmas sintáticos, tampouco de variáveis ou constantes. O mundo que sou e é intraduzível, impenetrável...tal qual todos percebem e, desesperadamente, correm...

terça-feira, abril 10, 2007

Conhecimento Frasal

a linguagem é inconsciente e, sabe-se lá deus, como os seres são capazes de se expressar proeficientemente sem o conhecimento etimológico das estruturas...

quarta-feira, abril 04, 2007

Mistura desordenada (pensamentos subconscientes de uma mente inquieta)

meu sentimento esquecido, que vem a ser? é como me sinto, e que só falo em sentir -próprio, já de forma olvido que o mundo reside em sentimento. o mundo, que ferido, recupera-se , todo dia, das torrentes expressivas do humano-ser que já desbota em meio denso. continuo a falar, em incessante compasso, não faço consumado meu instinto e sou apenas porque não minto, porque antanho soubesse que o mundo também sou. voz que não se ouve nem a dois quarteirões e que mesmo assim prefere manter-se estável, como num zunido murmurante a destruir os tímpanos, como extensões de abelhas cortantes, a ferir o ar como um punho cintilante. o calante é aquele ser, sentado ao lado, observante. à bolha hermética onde se enclausurou, transparente como água límpida de rio corrente, inerme fortemente. eu estou reclamando que meu esquecimento sentido é de fato uma ordem ou um estado, não apenas em mim, mas no mundo que me cerca. em arredores, aquém ou além, a alma viva de um ser percebe que somos de fato, a união dos corpos transeuntes que se movem ou não, este ser não sou eu, por isso continuo com meu sentimento esquecido...